quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Poderia eternizar


Você deitou na sua cama, e pôs a cabeça para o lado. Meio caída. E eu fiquei quietinha te observando. Depois olhei pro céu, e nossa, estava lindo. O sol estava indo embora, e isso deixava as nuvens feitas algodão doce rosa. É difícil ver o céu assim, é raro - Talvez estivesse daquele jeito, pois era o dia em que estávamos perto um do outro, o tão esperado dia. Juro que deu vontade de mordê-las, só pra sentir o gostinho. Eu já disse que as nuvens me encantam? Assim como o céu, a lua, o sol e as estrelas. Tenho essa coisa de me encantar com coisas que estão longe de mim. Não posso senti-las, e isso só aumenta a minha vontade de ir pra perto delas e tocá-las. “E com você era assim, mor” – disse, no momento em que pensei alto.  E você me olhou com os olhos assustados, sem entender nada. Estávamos em silêncio, e de repente soltei uma dessas! Que tolice, tenho que parar de ficar viajando em pensamentos! Olhei para você e fui chegando perto do seu rosto, fingi que nada aconteceu.  Disse-lhe coisas, que não imaginaria dizer nunca a alguém. Passei minhas mãos em seus cabelos por alguns minutos, e viajei por cada fio loiro. Mexi na sua nuca de uma forma que o arrepiasse. Eu estava adorando aquilo tudo. Tua cabeça em meu colo, e suas mãos apoiadas em minha coxa. Eu soltava suspiros tão do nada. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. E eu ali, apenas me perguntando se era realmente tudo verdade. Eu segurava tua mão tão forte, que você às vezes me olhava assustado. E então eu afrouxava um pouco. Eu estava com medo, medo que aquilo tudo fosse apenas um sonho. Você estava ali. Eu poderia olhar em seus olhos, eu poderia sentir seu cheiro até não poder mais. Eu poderia te abraçar, e ficar por horas ali, sem mais nada atrapalhar. Eu poderia correr com você pela casa, sem o porquê, apenas para rirmos, e falar que somos dois bobos apaixonados. Eu estava ali tão perto, que eu queria continuar, para sempre. Sem me mover. Eu poderia cantar para você, até você pegar no sono – mesmo minha voz não sendo tão encantadora quanto a tua, na verdade, não é nenhum pouco – eu poderia te acariciar, até chegar a certo ponto, que você fosse fechando os olhos, sem ter controle sobre si mesmo.  Teu corpo quente em cima do meu, minhas mãos em você. Você estava tão perto, mas meu desejo por você continuava insaciável. Perguntava-me a todo instante, se não era mais um sonho, daqueles que eu acordo já com vontade de te contar. Perguntava-me se eu seria para sempre a dona do seu coração. Perguntava-me mais ainda, se poderia congelar aquele momento. Estava tudo tão perfeito. Era aquele típico momento lindo, que eu poderia eternizar... (Larissa Mendes.)

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