quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Nada



A noite está fria sem você aqui. A unica coisa que me faz companhia é esse vento que faz minhas janelas abrirem e fecharem. Tão assombroso sem você aqui, meu querido. É como se alguém estivesse falando coisas sem sentido em meu ouvido. Minha varanda está lá. E minha cadeira laranja, super confortável, aquela que você adorava, sabe? Continua lá também. Minhas paredes continuam rosa. Sua foto ainda está na mesinha ao lado da minha cama. E suas cartas ainda estão no meu correio. Tenho medo de abri-las. Por isso as deixo lá. Sim, você sempre soube que sou medrosa. E tenho medo de cada palavra que você escreve. Se deu adeus, por quê ainda me perturba? Eu queria entende-lo. Mas isso já não faz parte de mim. Já não quero mais ter aquele gostinho de quero mais, a cada mistério seu, que eu desvendava. Agora tudo é sem graça. Sem graça! Não sei porque, mas estou pensando em você. Daquela noite em que dormimos juntos. Daqueles beijos que me tiravam o fôlego. Da forma que eu o deixava falando sozinho, quando me enjoava de você. Da forma como você era um brinquedo em minhas mãos. Não é saudades. Nunca iria sentir um sentimento assim por você. Logo por você. Nunca fomos nada além de coisas de momentos. Carinhos em dias de carência. Mas sabe, é que está frio, e me veio esse maldito pensamento de que se você estivesse aqui, nós estaríamos nos aquecendo. Entre abraços e um chocolate quente. E depois eu te expulsaria da minha casa. E você voltaria. Afinal, você sempre foi louco por mim. E acho que por isso nunca tive nenhum interesse em você. Nunca te quis. Nunca o desejei. Você foi apenas um passa-tempo.
Continua frio lá fora. Minha janela abre e fecha. A chuva cai lá fora. Esse cheirinho de terra molhada é tão bom... Que saudade que me bateu do nosso banho de chuva. Nunca foi dos melhores -na verdade, nada com você é muito bom.  Mas até que seria divertido você aqui. Eu te enchendo de lama e te xingando de todos os adjetivos que me viessem a cabeça. Mas tudo bem, eu não quero mais pensar em você. Levantei-me, fechei as janelas e fui dormi. Desde então, nem me recordei mais do teu nome. (Larissa Mendes.)

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