sábado, 16 de julho de 2011

Conselho para um garoto


Fim de tarde. O sol já havia ido embora. E eu estava ali, respirando aquele ar fresco. Longe de tudo e de todos. “Eu não agüento mais.”. Disse o menino que estava sentado ao meu lado. Ele suspirava para mim. E ficava me olhando profundamente e perguntando diversas vezes: "Por quê? Por quê? Por quê?". Eu se entender muito, o perguntei: O que foi querido Rony? E ele falou com lágrimas nos olhos: “São problemas do coração.” E foi então que eu sorri, e disse para ele, que se quisesse conversar, eu estava ali. Ele balançou a cabeça negativamente. Como quem não queria que ninguém soubesse. Segundos se passaram... Nada, nenhum som saia de sua boca. Foi quando suas lágrimas começaram a percorrer sobre seu rosto. E ele disse: “Eu queria saber o porquê de amar. O porquê de quando amamos, sempre há algo para tentar acabar com o que você tem. E parece que chega um momento que suas forças acabam. Suas expectativas de estar ao lado da pessoa, vão acabando. A confiança acaba, o afeto acaba, o carinho acaba. Acaba as mensagens de madrugada. Os telefonemas de cinco em cinco minutos. As noites de sorrisos, que faziam com que eu esquecesse de todos os problemas. Chega uma hora que quando você acha que tudo pode melhorar. Piora. Quando acha que resolveu um problema, simplesmente aparecem mais milhões de problemas para resolvermos. Mas eu não consigo ser forte o bastante. Ela não me ama mais, senhoria. Ela não me ama mais. E isso me parte o coração. Pois eu dei tudo o que poderia. E mais um pouco. Olha, para você tem uma noção, eu briguei com meus amigos por causa dela. Eles nunca apoiaram muito... Eu fiz de tudo por ela. E mesmo contudo, ainda faria. E se eu pudesse voltar no passado, e me deixasse mudar as coisas, pode ter certeza, eu ainda sim, amaria a ela. Só a ela. E se me apresentassem a menina mais linda do mundo, dizendo que ela quer ficar comigo. Eu ainda escolheria ela. E se outra menina me disser um eu te amo, eu ainda sim, irei querer ouvir o eu te amo dela. Com aquela voz doce, e aquele sorriso tímido que ela dá, a cada coisa fofa que me diz. E se me perguntasse por quem eu daria vida. Eu responderia que pra ela. Pois a minha vida, não é vida, sem haver ela. Se um dia me dissessem que ela errou feio comigo. Eu sorriria, e diria que não me importo. Afinal, todos erram. Se um dia ela quisesse me deixar, eu não saberia o que fazer. Quero dizer... Esse dia chegou. E estou completamente sem reação. Não sei o que eu faço. Não posso perder minha garota. Não, eu não posso!”. Disse o garoto chorando, e com seu boné para trás. E sem muito o que dizer. Optei por um conselho. Nunca fui muito boa nessas coisas. Mas disse: “É isso o que ela quer, quer ver que você não irá desistir dela. E eu sei que você sabe o que fazer. Corra atrás. E se não deu certo, meu pequeno, não ligue. Você é jovem, e com certeza conhecerá muitas outras garotas, eu sei disso.”. E então ele sorriu. Com aqueles dentes brancos, lindos e certinhos. Pediu-me obrigado, e foi-se embora. Sabe-se lá o que foi fazer. Será que foi correr atrás dela, ou percebeu que ela não era o bastante? Um dia vai que eu o encontre pela rua, não sei... Talvez eu mate a minha curiosidade. (Larissa Mendes.)



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