sexta-feira, 15 de julho de 2011

Volta pra mim?


Respirar. Aquela necessidade estúpida que todos temos. Necessidade inexplicável, mas ao mesmo tempo tão obvia. Eu estava não querendo respirar naquele dia. Um dia depois te tudo ter terminado. Ele acabou com minha vontade de respirar. Que crueldade comigo. Eu simplesmente havia perdido a vontade de viver. A chuva caia e fazia barulho no teto da minha varanda... Aquele cheiro de terra molhada. Aquele vento forte. Nossa, que frio! Isso me fazia sentir mais falta dele. Ó menino... Por que não esperou o verão chegar? Bem que você poderia ficar me aquecendo. Sei lá, só uma idéia. Eu gostava da forma como teu corpo me esquentava. Era melhor que o meu edredom. Você ficava ali, paradinho, com aquele seu casaco verde que eu odiava. E me abraçava. Era tão bom... E ali na minha varanda eu pensava. Pensava. Acho que nunca pensei tanto em relação a nós como naquele dia. Ou quero dizer, sobre eu e você. Pois deixamos de sermos “nós”.  E agora será assim. Eu e você. Apenas. Nada mais. E isso ficava remoendo em minha mente. Era o fim. O que mais eu poderia fazer? Nada! A única alternativa era ficar ali, tomar meu chocolate quente e esquecê-lo com qualquer coisa que seja.  Mas isso parecia meio que impossível. Nada tirava minha concentração das nossas lembranças. Meus olhos se enchiam de lágrimas. Eu tentava me sufocar. Só que algo dizia para não fazer isso. Por que não? Minha vida perdeu completamente o sentido. Fui até a praia. Seria mais prático. Nada melhor que me afogar. Ninguém iria se quer pensar, que poderia ter sido um suicídio. Bem simples, apenas fui à praia, e me afoguei. Quem iria duvidar disso? Tentei. Mas a água estava tão fria que resolvi desistir. Não sabia mais o que fazer. Resolvi que não valia apena. Voltei para a casa naquela chuva. Sentindo um frio tremendo. Deparei-me com um casal na rua. Tão lindos. Resolvi ligar para ele. Não, não tinha chego ao fim. Eu estava sentido que poderia dar certo. Liguei para sua casa, e disse tudo o que sentia. Foi quando comecei a não me importar em sentir tanto medo. Eu o amava, e eu tinha que lutar. Sem medo do que poderia acontecer enquanto a isso. Sem medir esforços, e sem me importar com a resposta. Eu sabia que teria que tentar. Falei bem baixinho no telefone: “Ei querido, volta pra mim?” (Larissa Mendes.)

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